domingo, 27 de setembro de 2009

O Majestoso voltando aos bons tempos

Finais decididas. Dois times que são, facilmente, dos maiores do país. O clássico desse domingo não é uma final... daquelas chamadas mata-mata, mas é importante para os dois times. O São Paulo ainda disputa o título, mas mesmo que não consiga o feito histórico de levar 4 Brasileiros em 4 anos seguidos, pelo menos no Morumbi tem-se a certeza de que a Libertadores de 2010 eles vão disputar.

Para o Corinthians, a pressão é menor. O time faturou a Copa do Brasil e o Paulistão 2009. Um título nacional e outro regional. E de quebra, ainda está na Libertadores, no ano do centenário, e promete investir pesado para ganhar o título inédito. Título que seus rivais Palmeiras, São Paulo e Santos já têm. Mas não podemos esquecer: o Corinthians ainda disputa o Brasileiro 2009, e Mano Menezes é um técnico tão competente, que pode levar esse time ao título (fato realmente difícil, mas não impossível).

Agora, vamos voltar aos bons tempos, ao passado, e lembrar duas finais marcantes. Primeiro vamos ao título nacional de 1990. O São Paulo já carregava na bagagem os nacionais de 1977 e 1986. Já o Timão, ainda não tinha nenhum Brasileirão faturado. Mas a primeira vez do Corinthians... Inesquecível para as duas equipes!

Não era a primeira final de Brasileiro entre Paulistas. Anos antes, Palmeiras x Guarani, e São Paulo x Guarani já tinham decidido o brasileiro... Mas era diferente. Era a primeira final ede um Brasileirão entre os grandes paulistas. E na primeira, o Timão levou! Com dois jogos no Morumbi o Corinthians venceu. O primeiro por 1 x 0. Já no segundo... A história se repetiu, e a equipe de Parque São Jorge também ganhou por 1 x 0. Era a festa corinthiana pelo primeiro dos quatro nacionais que tem hoje.



Veja a finalíssima (Brasileiro de 1990), transmitida por Luciano do Vale.
Trabalhou nesse jogo também José Luís Datena. Sim, o mesmo que hoje faz programas policiais, antes era repórter esportivo e comentarista. Acompanhe
no vídeo acima os melhores momentos, incluindo o gol de Tupãzinho, um desabafo de Jacenir (jogador do Corinthians na época) e a festa preto e branca em plena casa são-paulina.

Em menos de um ano, viria a vingança do Tricolor. O São Paulo levaria o Paulistão de 1991. Para o São Paulo, o caneco seria marcante. Na fase anterior, em que estava no grupo integrado pelo Palmeiras, esses times se enfrentaram no último jogo. Quem vencesse estaria na final. O empate era são paulino, e o time soube segurar muito bem essa vantagem pra cima do Verdão. O jogo terminaria 0 x 0, e São Paulo estaria na final, contra o Timão, que havia vencido o Tricolor um ano antes, em um Morumbi lotado.

Mas essa final seria diferente. Raí, um craque incontestável (talvez um dos maiores que o time sãopaulino já teve) decidiria. Jogaria muito, e no primeiro jogo ajudaria o São Paulo a fazer 3 x 0 em cima do Corinthians, em um Morumbi com um público maior que 100 mil pessoas.



Acima, o primeiro jogo da final que decidiu o Paulista de 1991. O São Paulo venceu o primeiro jogo por 3x0. No segundo jogo, um empate em 0x0 deu o título ao Tricolor.

Hoje, São Paulo e Corinthias fazem mais um Majestoso. Não decide final de campeonato, mas pode dar um novo gás para a equipe vitoriosa. E uma coisa vale lembrar: o Morumbi, que é a casa do São Paulo, é campo neutro quando se trata de um São Paulo x Corinthians! Um Majestoso que merece ser chamado assim.

domingo, 20 de setembro de 2009

Santos e Botafogo, carentes por craques

Santos e Botafogo fazem neste domingo um duelo que desmerece a história do que foi o maior clássico dos anos 60. Pelo menos para Alexandre Martins em seu blog. Eu concordo com ele.
Craques como Garrincha, Nilton Santos, Pelé, Pepe e tantos outros fizeram grandes jogos por Botafogo e Santos naquele tempo de Futebol Memorável. Mais recentemente Túlio Maravilha, Gonçalves, Geovani, Robinho e Diego assumiram esse legado. Hoje, os torcedores de Santos e Botafogo têm que aturar a péssima pontaria do santista Kléber Pereira e ter um zagueiro como candidato a craque do time - Juninho, no caso do Botafogo.

A situação no Campeonato Brasileiro também não faz jus à história gloriosa dos alvinegros em questão. O Fogão, 18º colocado, é sério candidato a trilhar no ano que vem, o mesmo caminho do Vasco neste ano: a Série B. Já o Peixe não está em situação tão crítica, mas a inconstância parece companheira fiel ao longo da competição. Na 10º posição na tabela e com um time fraco, a equipe ainda alimenta o sonho de participar da Libertadores em 2010. Veja a classificação.

Como o presente não é tão feliz quando se trata de Santos e Botafogo, o jeito é recorrer ao passado para encontrar momentos que possam ser lembrados com orgulho pelos torcedores. E quando se fala em orgulho nesse duelo, se fala em Pelé e Garrincha. O site do jornal O Globo aponta, com toda razão, a dupla como a maior da História do futebol. A matéria foi escrita no aniversário de 50 anos da parceria, no dia 18 de maio de 1958, data da primeira partida em que jogaram juntos. A dupla jamais foi derrotada enquanto vestiu a mesma camisa.

Garrincha era chamado de "Anjo das pernas tortas" graças a sua perna esquerda seis centímetros menor que a direita. As duas pernas do gênio ainda era curvadas para a direita. Há quem diga que a distrofia favorecia o craque porque o marcador, sempre chamado de "João" pelo Mané, não conseguia prever o balé que os desconsertantes dribles criavam.

Já Pelé dispensa apresentações. O atleta do século - doa ao argentino que doer - era "perseguido" pela camisa 10. Naquela época o craque de algum time não necessariamente vestia a camisa 10 como costuma acontecer hoje. Mas Pelé sempre teve intimidade com o número. Jogando pelo Santos usava a 10 porque era meia esquerda e esse era o número fixo para a posição. Pela Seleção Brasileira chegou a usar a camisa 9 nos primeiros jogos, mas acabou ficando com a 10 num episódio bastante interessante. Durante a Copa de 58 a delegação brasileira não enviou para a organização da competição a numeração das camisas. Graças a isso, um agente da FIFA distribuiu aleatoriamente números para os jogadores da seleção. Por ironia dos deuses do futebol, Pelé acabou ficando com a 10 e não largou mais.

Além de grandes craques, o clássico Santos X Botafogo também apresentou belíssimos duelos. O maior deles: a final do Campeonato Brasileiro de 1995. A decisão foi marcada por uma figura que não jogou nem pelo Santos e nem pelo Botafogo, o juiz Márcio Resende de Freitas. Com uma péssima atuação, o árbitro anulou gol(s) incorretamente e validou gol(s) irregular(es). Se foi gol ou gols depende da interpretação de cada um. Mas o que é consenso é que a performance do hoje comentarista de arbitragem da TV Globo foi lamentável. Recorde nos vídeos abaixo, as polêmicas do juizão (os vídeos foram produzidos por torcedores).












O Botafogo ganhou o título depois de vencer por 2X1 no Maracanã e empatar em 1x1 na Vila Belmiro. O goleiro do Santos era Edinho, filho de Pelé.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O Eterno-incerto campeão de 87

Vamos acompanhar nesse blog diversos jogos do brasileirão, mas já que vamos falar do passado, porque não falar de um dos títulos mais indefinidos da história do futebol brasileiro?

Campeonato Brasileiro de 1987. Um dos títulos brasileiros do Flamengo. Ou do Sport Recife? A Copa União de 1987 gera dúvidas até hoje. Enquanto a torcida do Sport gritava o famoso "cazá cazá", a torcida do mengão se empolgava com a declaração do Clube dos Treze de que o Campeão Brasileiro de 1987 era a equipe da Gávea.

O que aconteceu, na época, é que os treze maiores clubes brasileiros na época (Flamengo, Fluminense, Botafogo, Vasco, Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Santos, Internacional, Grêmio, Cruzeiro, Atlético-MG e Bahia) decidiram fundar uma instituição. Criaram então o Clube dos Treze. A finalidade dessa instituição era trabalhar com o marketing do futebol brasileiro, em relação a esses treze clubes, aumentando assim a receita para cada clube-fundador. Além disso, criaram a Copa União, mesmo sem respaldo da CBF.

Após isso, o Clube dos Treze, sob pressão da CBF e FIFA, reataram com a entidade que representava oficialmente o futebol brasileiro: A CBF. Então, foi criado o regulamento da Copa União, pelo qual, os campeões e vices dos módulos verde e amarelo se enfrentariam e os 2 primeiros teriam asseguradas vagas na Copa Libertadores do ano de 1988.

Em dezembro de 1987 a CBF divulgou que os quatro classificados (Inter, Flamengo, Sport e Guarani) disputariam um quadrangular final, em turno e returno, para que se conhecesse o campeão e vice do Brasileirão daquele ano. Porém, alegando que a CBF teria mudado o regulamento da competição sem a concordância do Clube dos Treze, a nova entidade do futebol brasileiro apoiou o boicote de Flamengo e Inter ao quadrangular final, instituído pela CBF.

O Clube dos Treze, declarou então, como campeão, o Flamengo, pois este venceu o módulo Verde. Já a CBF reconheceu o Sport como campeão, pois junto com o Guarani, disputou os jogos do quadrangular previsto pela CBF, e com isso, enfrentou o time campineiro na final e acabou vencendo pelo placar de 1x0.

Até hoje, o Flamengo afirma ser o verdadeiro campeão do Brasileiro de 1987. Alguns defendem os argumentos do time carioca, como por exemplo o presidente do CND (Conselho Nacional dos Desportos). Ele afirma que houve uma votação no Conselho, em que se decidiu, por unanimidade, entregar o título ao mengo.




Em entrevista, antigo representante do CND defende título do Flamengo
(Vídeo Editado por torcedores flamenguistas)


Já a CBF reconhece oficialmente o título do Sport Recife. A FIFA, entidade máxima do futebol mundial, concorda com a CBF, e reconhece oficialmente, o título do Sport, que aconteceu no jogo abaixo.




No jogo acima, Sport e Guarani disputam jogo reconhecido pela CBF como a final do Campeonato Brasileiro de 1987 (Vídeo Editado por torcedores do Guarani, de Campinas-SP)

A CBF tem uma posição oficial. O Clube dos Treze, outra. Flamengo se delcara campeão. Sport também. A única coisa certa nessa história, que aconteceu a mais de 20 anos, é que toda vez que você consultar "Campeão Brasileiro de 1987" vão aparecer dois times, mas você não vai ter certeza sobre qual é o dono do caneco. Dá a impressão que nunca saberemos qual é o verdadeiro e qual o "oportunista" da história.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Cruzeiro X São Paulo - acostumados à decisões

O Cruzeiro recebe o atual tricampeão brasileiro São Paulo, no Mineirão, em jogo válido pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro, neste domingo (06/09), às 16h. O confronto entre as equipes tem grande importância na rodada já que os sãopaulinos lutam para se manter na zona de classificação para a Libertadores, enquanto a Raposa tenta melhorar sua posição na tabela. Aliás, a Libertadores deste ano proporcionou o último grande duelo entre os clubes. Na oportunidade, o Cruzeiro levou a melhor nas duas partidas válidas pelas quartas-de-final com os placares de 2X1, no Mineirão, e 2X0, em pleno estádio do Morumbi. Veja abaixo os melhores momentos destes jogaços:









Apesar do resultado, esse não foi o maior triunfo da equipe celeste sobre os tricolores. A decisão da Copa do Brasil de 2000 representa para muitos cruzeirenses, o jogo mais emocionante que puderam assistir. A primeira partida daquela final havia terminado em 0X0. Com o resultado, o São Paulo seria campeão com qualquer empate com gols. Um novo 0X0 levaria a decisão para os pênaltis. E os paulistas pareceram mais próximos do título quando, aos 20 minutos do segundo tempo, Marcelinho Paraíba acertou uma linda cobrança de falta na meta do Goleiro André. Ao Cruzeiro só a vitória traria o título. E ela veio com os gols de Fábio Júnior, aos 35 e Geovanni, aos 45 do segundo tempo, e o Cruzeiro sagrou-se tricampeão da Copa do Brasil. Veja os melhores momentos:






Já o São Paulo viveu sua maior glória sobre o Cruzeiro na decisão da Recopa Sul-Americana de 1992. As partidas, no entanto, só aconteceram em 25 e 29 de setembro de 1993 ( acreditem, o calendário do futebol brasileiro naquela época era pior do que hoje). A Recopa de 92 foi disputada entre o campeão da Libertadores daquele ano, que na ocasião foi o São Paulo; e o campeão da Supercopa de Campeões da Libertadores, também do mesmo ano: o Cruzeiro. Essa Recopa significava uma espécie de superfinal dos principais campeonatos promovidos pela Conmebol na época. Mas sem sombra de dúvidas, essa decisão entraria para a história do futebol brasileiro por uma confusão ainda maior.

A primeira partida da final, disputada no Morumbi, também valeu para a fase classificatória do Campeonato Brasileiro de 1993. Isso mesmo, um jogo que valeu por dois campeonatos. E o mais absurdo: de anos diferentes. As duas partidas terminaram em 0X0 e a decisão foi para as penalidades. Deu São Paulo: 4 a 2. E adivinhem quem errou a quarta e última cobrança cruzeirense? Um rapaz que acabara de completar 17 anos, chamado Ronaldo Nazário de Lima, o posteriormente chamado Ronaldo Fenômeno. Acompanhe a reportagem da decisão:






Cruzeiro e São Paulo já se enfrentaram em 38 jogos pelo Campeonato Brasileiro com grande vantagem do clube paulista. Forem 19 vitórias tricolores, 12 empates e 7 triunfos cruzeirenses. Em todos os jogos entre as equipes, o São Paulo também leva vantagem. Foram 45 partidas com 11 vitórias cruzeirenses, 20 sãopaulinas e 14 empates.