domingo, 8 de novembro de 2009

Anos 80, a década perdida? Não para Galo e Fla

Atlético-MG e Flamengo fazem o jogo da 34ª rodada do Brasileirão, neste domingo às 4 da tarde no Mineirão. O superclássico teve o seu melhor momento nos anos 80. Na época, os dois eram os melhores clubes do Brasil com craques como Reinaldo, Nelinho, Éder Aleixo, João Leite, Raul, Adílio, Zico, Bebeto e o hoje técnico do Flamengo, Andrade. O Flamengo conquistou 3 títulos nacionais na década de 80 (isso se considerarmos, a polêmica edição de 87 que já abordamos no blog) e o Galo foi semifinalista por 5 vezes no mesmo período.

A partida é importantíssima na busca dos times pelo título (menos provável ao Fla) e principalmente para alcançar a sonhada vaga na Libertadores. Adriano e Tardelli, dois dos possíveis craques do campeonato são os maiores trunfos de cada lado no jogaço de logo mais. Pelo menos é isso que se espera.

Detalhe: o maior rival do Galo depois do Cruzeiro é o Flamengo. Essa rivalidade se deve muito pela decisão do Brasileiro de 1980. Na oportunidade, Galo e Flamengo fizeram a grande final. Deu Fla. Para mais da metade dos atleticanos que eu conheço foi roubado. Por isso há tanta rivalidade! Veja os videos dessa superfinal.




No primeiro turno, o Flamengo por 3 a 1 de virada no Maraca. Veja os melhores momentos.



Galo e Fla fazem um dos jogos com maior espectativa em todo o campeonato. Aliás, que fim de campeonato, hein? A cada rodada temos pelo menos um clássico de importância histórica. E o melhor: são jogos importantes no Campeonato. E ainda dizem que o campeonato está nivelado por baixo. Coisa chata. Nunca acham que algum campeonato é nivelado por cima. Bom jogo e até a próxima!

domingo, 1 de novembro de 2009

A maior rivalidade de São Paulo dá emoção ao Brasileiro!

Há quem diga que a maior rivalidade do Brasil é Inter-RS x Grêmio. Para Outros, Atlético-MG x Cruzeiro. Alguns acham que Flamengo x Vasco, ou "o clássico mais charmoso do Brasil": O Fla-Flu. Pois bem, o maior clássico paulista não pode ficar de fora dessa lista. Palmeiras x Corinthians protagonizaram grandes jogos, finais de campeonatos emocionantes, e tanto torcedores alvi-verdes quanto os do timão já comemoraram muito em cima do rival.

Hoje é dia de decisão novamente. Para o Corinthians, a chance de acabar com a invencibilidade do rival. Há três anos o Corinthians não vence o Palmeiras. Pior, nesses 3 anos, perdeu todos os jogos que fez contra o rival. Só conseguiu um ponto, em um empate suado, no começo desse ano, quando o craque Ronaldo fez o gol de empate, no final da partida realizada pelo Paulistão 2009.

Vamos aliás, falar de outro Campeonato Paulista. E da final, em 1999. O lugar do jogo era o Morumbi. O Coritnhians venceu o primeiro jogo, pelo placar de 3 x 0. Vale lembrar que nessa partida o Palmeiras jogou com o time reserva, pois as partidas finais do Paulista foram realizadas entre as partidas finais da Libertadores de 1999. No segundo jogo, mesmo com o time titular, o Palmeiras não conseguiu sair do empate com o Corinthians, que comemoraria o título paulista daquele ano (veja a campanha do Timão). Após provocação de Edílson, o jogo acabou em uma confusão, e muita pancadaria. Edílson foi cortado da seleção brasileira.




Em 2000, outro jogaço. Na minha opinião, um dos maiores e mais emocionantes jogos que já vi. Outros dizem que nem tanto. O Corinthians tinha um time tecnicamente superior. O Palmeiras também tinha um bom time, mas precisava ganhar o jogo contra um time muito forte. Marcelinho Carioca, a pedra no sapato dos Palmeireses daria a maior glória do ano para os rivais palmeirenses.

Após o Verdão sair ganhando, sofreu a virada do Corinthians. E quando tudo parecia perdido, conseguiu virar o jogo, com um gol sofrido de Galeano, e levaria a partida para os pênaltis. Ali o goleiro Marcos se consagrou, e a carreira de Marcelinho Carioca entrou em decadência. O goleiro alvi-verde defenderia a cobrança do craque Marcelinho, e tiraria o Timão da Libertadores, levando o Palmeiras às finais daquele ano. Mas o argentino Boca Juniors levaria o Caneco.




Hoje esperamos uma grande partida. E que, sinceramente, a violência que aconteceu na final de 1999 não se repita. E nem as brigas ao redor dos Estádios. Rivalidade é saudável e emocionante, mas sem baixaria.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O duelo dos estruturados

São Paulo e Internacional de Porto Alegre fazem hoje, 28/10/2009, mais um daqueles jogos chamados de "minifinal". Uma vitória na partida, válida pela 32ª rodada do Brasileirão, significa um "gás" e tanto pra a reta de chegada do campeonato. A expectativa é de bom jogo, até porque uma derrota representará para gaúchos e paulistas ( 3º e 4º colocados respectivamente, empatados com 52 pontos) o aumento do risco de ficar sem a sonhada vaga na Libertadores.

Aliás, tanto para São Paulo quanto para o Inter ficar fora da Libertadores no ano que vem seria um desastre para os dois. Tudo bem que o São Paulo não vive um bom ano. Fracassou na final do Paulistão diante do Corinthians, fez uma péssima Libertadores no primeiro semestre e passa por altos e baixos ao longo do campeonato sob a batuta de Ricardo Gomes.

Mas depois de três títulos seguidos do Brasileiro, O São Paulo é o São Paulo, né? Seria um bocado esquisito ver o tricolor paulista disputando a Copa do Brasil no ano que vem. Já pensou? Ao invés de termos um São Paulo e Boca Jr.s podemos ter um São Paulo e São Raimundo em 2010. Isso seria estranho demais!!

Já o Inter também pode ficar de fora do maior torneio do continente e decepcionar mais uma vez. Isso porque há muitos anos o elenco colorado é apontado como um dos melhores do país e o time não vai muito longe. No ano passado foi assim. O clube não ficou entre os quatro mais bem colocados e perdeu a Copa do Brasil deste ano para o Corinthians. E em 2009, o clube tem obrigação de fazer um bom campeonato já que é o ano do seu centenário.

Diante do equilíbrio do campeonato e do fator motivacional que sempre pesa no futebol esse jogo tem tanta importância para os duelantes de hoje no Morumbi. Ainda mais se pensarmos que trata-se de clubes que, com certeza, estão entre os mais bem estruturados do Brasil. Ambos possuem estádio próprio, pagam salários em dia (num país sério isso não seria vantagem, mas no Brasil de fato é), têm grandes elencos e tudo mais. Sem falar dos cem mil sócios-torcedores do Internacional. É claro que quando se fala em risco de ambos ficarem fora da Libertadores deve-se lembrar também que os dois são candidatos ao título. Aliás, fortes candidatos. Mas ambos podem ir do céu ao inferno em 90 minutos. Ainda mais se contarmos com uma vitória do Flamengo ante o Barueri nessa rodada. E dizem que no formato dos pontos corridos não há emoção. Veja um bom texto discutindo o assunto no Blog Ligadas no Lance.

Para dar uma palhinha desse jogaço de hoje, temos os melhores momentos da decisão da Libertadores de 2006 entre São Paulo e Inter e o jogo do primeiro turno do Brasileiro deste ano.







Bom jogo e até a próxima. Ah! Não esqueça de deixar o seu comentário. Discordando ou não.

domingo, 25 de outubro de 2009

Mais um Gre-Nal decisivo

Outro Gre-Nal importante para os dois times. O nome é auto explicativo. O clássico Gre-Nal (GREmio-InternacioNAL) chega com pinta de decisivo. De novo. Grêmio sonha, ainda, com a distante vaga na Libertadores. Mas pelo campeonato equilibrado, ainda tem boas chances. O Inter, quer mesmo é o título.

Com os tropeços do Palmeiras (em 4 jogos, 3 derrotas e um empate), o Inter sente que essa é a hora de crescer no campeonato. Mas tem pela frente além de Palmeiras, O Atlético-MG, São Paulo, Goiás... É esperar pra ver no que dá ...

Por muitos considerado o Gre-Nal do Século, a semifinal do Brasileirão de 1988 entre as duas equipes foi disputadíssima. O Inter perdia por 1 a 0, e mesmo com um a menos, virou o jogo e venceu por 2x1, levando a vaga pra Libertadores de 1989! Veja o vídeo, em que a reportagem destaca a importância do jogo:

Para o Grêmio, um jogo marcante também. E nesse ano, mas vale destacá-lo pelo valor histórico do jogo. Ele marca o centenário do clássico. 100 anos de Grêmio x Internacional. O Inter saiu vencendo fora de casa, no Estádio do Grêmio, o Olímpico, por 1 x 0, mas o time da casa virou e venceu: 2 x 1. O "Bom de Blog" trouxe a notícia. O Blog Memória EC também comenta sobre os 100 anos desse clássico. Abaixo veja os gols do clássico desse ano:

E os números são equilibrados: O Inter tem 129 vitórias, o Grêmio 109, e são 106 empates, segundo o site SC Internacional. Boa sorte aos times, que vão disputar, segundo opiniões, o maior clássico do país!

domingo, 18 de outubro de 2009

Eixo Rio-São Paulo: Rivalidade e jogaço a vista!

Clássico de grandes torcidas. Do lado flamenguista, a [incontestável] maior torcida do Brasil. Do outro, uma das maiores torcidas do país. Clássico de milhões de torcedores, Flamengo e Palmeiras protagonizaram grandes jogos. E não precisamos ir muito longe na história. Vamos ilustrar o clássico com dois jogos do final da década de 90. Pra ser mais específico, dois jogos que aconteceram em 1999. Recentes, mas memoráveis para as torcidas desses dois grandes clubes. Isso tudo, no mesmo ano!

A história atual é a seguinte: Palmeiras luta por uma vitória em casa. O time precisa aproveitar a chance de arrancar no Brasileiro e colocar a mão na taça. Mas o Flamengo tem tudo para querer complicar. Primeiro porque se ganhar do Palmeiras, o mengão vê suas chances de disputar a Copa Libertadores de 2010 crescerem, e muito. Segundo, porque Palmeiras e Flamengo são grandes rivais. Fora do Rio, um dos maiores rivais do time da Gávea é o alvi-verde. E fora de São Paulo a história se assemelha: o grande rival do Palmeiras é o Flamengo.

Copa do Brasil de 1999. Quartas de final. O Flamengo havia vencido o primeiro jogo, no Maracanã, por 2x1. No segundo jogo, a necessidade do Palmeiras vencer. Mas não ia ser tão fácil. Logo o Flamengo fez 1x0 com Rodrigo Mendes. O verdão reagiu, empatou com gol de Oséas, mas em seguida, em cobrança de falta, Mendes de novo fez para o Flamengo. Mas o jogo estava tão emocionante, que logo de cara, após a saída do meio-de-campo, Júnior, hoje jogador do Atlético-MG, empatou novamente para os paulistas.

E como diria "o profeta" Jardel (ex atacante de Grêmio e da Seleção Brasileira), clássico é clássico e vice versa. Nada estava decidido. O Palmeiras pressionava, e o Flamengo levava perigo nos contra ataques, mas as coisas estavam muito difíceis pro time alvi-verde. E com um gol chorado, difícil, o Palmeiras virou o jogo. Torcedores já começavam a ir embora do Palestra Itália. O time da casa tinha pouco tempo e precisava fazer ao menos 4x2. Já estava 3x2, em uma reação impressionante. E no finalzinho do jogo, Palmeiras conseguiu o que nem o mais pessimista torcedor do Flamengo esperava. Em uma bola batida e rebatida Euller, autor do terceiro gol, fez o quarto. Final de jogo: Palmeiras 4 x 2 Flamengo, e uma classificação para as semifinais da Copa do Brasil daquele ano. Depois, Palmeiras seria eliminado pelo Botafogo, nos pênaltis. O mesmo Botafogo, que perdeu o título para o Juventude-RS.




Se o Palmeiras havia vencido o Flamengo, e eliminado a equipe rubro-negra da Copa do Brasil, no fim do mesmo ano, a história seria outra. O Palmeiras estava na final, buscando seu segundo título internacional daquele ano. O primeiro foi a Copa Libertadores de 1999, a primeira Libertadores do clube. Já Flamengo buscava o título da Mercosul, que na edição anterior, fora vencido pelo adversário da final: o Palmeiras. E os dois jogos da Final foram emocionantes. Pra não perder o costume.

Na primeira partida, Flamengo fez 1x0, Palmeiras empatou. O mengo ampliou, verdão empatou. Com 2x2 no placar, o Palmeiras virou o jogo, em pleno Maracanã. Mas o Flamengo pressionou, jogou muito, e mesmo com grandes defesas do goleiro Marcos durante o jogo, virou o jogo de forma espetacular. A partida teerminou Flamengo 4 x 3 Palmeiras. Placar que ilustrou bem o que foi o jogo.

Na segunda partida, o time de Palestra Itália precisava da vitória a todo custo. E no Palestra, o paraguaio Chic Arce abriu o placar para o Palmeiras. E após grande defesa de Marcos, Caio pegou o rebote e empatou no comecinho do segundo tempo. O Flamengo se empolgou e, fora de casa, virou o jogo. Rodrigo Mendes, em uma pancada de fora da área fez um belíssimo gol.

Mas o jogo não parava, e logo em seguida Arce empatou, em uma cobrança de falta, que o goleiro do Flamengo acabou rebatendo pra dentro da própria meta. Logo em seguida, Paulo Nunes recebeu lançamento de Zinho e fez o gol da virada palmeirense: 3x2! Mas de tanto pressionar, o Flamengo achou o gol de empate. Em uma jogada muito bem trabalhada o jogador Lê fez o gol dos cariocas. O gol foi o golpe de misericórdia, e deixou as coisas muito mais difíceis para o Palmeiras. O jogo acabou empatado, e como o Flamengo vencera a primeira partida, levantou a taça da Mercosul 1999 no dia 20 de dezembro do mesmo ano, na casa adversária.




O jogo de hoje pode decidir muita coisa no campeonato. Mas como mostra o histórico das partidas entre as duas equipes, deve ser uma partida equilibrada. Em campeonatos brasileiros o Flamengo venceu o Palmeiras 13 vezes, aconteceram 13 empates e o time alvi-verde venceu o mengo 15 vezes. Por isso, e pelas finais e jogos já disputados, o jogo de hoje vai ser mais uma batalha. E como em qualquer batalha: que vença o melhor!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Cruzeiro X Galo: será que hoje tem goleada?

Uma das maiores rivalidades do mundo quando se trata de futebol terá mais um capítulo de sua história escrito hoje no Mineirão. Cruzeiro e Atlético-MG jogam às 16h00 pela 27ª rodada do Brasileirão 2009. O Galo vive melhor momento, e pode chegar à vice-liderança com uma vitória logo mais. Já o Cruzeiro ainda alimenta o distante sonho de participar da Libertadores no ano que vem. Mas, se conseguir sair da 11ª posição e terminar no G4 do Brasileiro, é bom que o Cruzeiro "estude antes" os seus adversários na Libertadores (Brincadeira!).

Além disso, os maiores clubes de Belo Horizonte são os que possuem maior identificação com os seus mascotes no futebol brasileiro. Galo e Raposa têm feito, ultimamente, clássicos com placares que só deixam uma das torcidas feliz. Aliás, isso é ótimo! É um saco quando um clássico termina empatad0, ainda mais se for em 0X0. Mas os últimos duelos envolvendo cruzeirenses e atleticanos tem tido um vencedor. E o melhor... de goleada. Nas últimas batalhas, a emoção esteve presente no Estádio Governador Magalhães Pinto.

Galo 4 X Cruzeiro 0 - a decisão do Campeonato Mineiro de 2007 rendeu ao Atlético o seu último título. Na primeira partida da decisão em que houve até gol com o goleiro virado para dentro da meta (o gol do Fábio de costas), o Galo massacrou a Raposa. Com gols de Éder Luís, Danilinho, Marcinho e Wanderley, o galo levou o seu 39° mineiro. Paulo Autuori deixou de ser treinador do Cruzeiro a partir desse jogo.




Cruzeiro 5 X Galo 0 - na decisão seguinte, o Cruzeiro deu o troco e em grande estilo. Aplicando a maior goleada da história contra o rival. Esse talvez seja o maior feito do técnico Adílson Batista, o segundo treinador a mais tempo sem perder o emprego no Brasil. No cargo desde 06/12/2007, ele só perde para Mano Menezes que tem um dia a mais à frente do Corinthians. O time de Adílson faturou o Mineiro com gols de Marcelo Moreno, Marcos (capitão do Galo) contra, Ramires, Guilherme e Wágner.




Cruzeiro 5 X Galo 0, o retorno - já no Mineiro deste ano, todos acreditavam que o Atlético se recuperaria do vexame sofrido no ano anterior. Nos enganamos. Com mais um nó tático do supercriticado Adílson Batista, o Cruzeiro reeditou a sacolada de 5 tentos a nenhum sobre o maor rival, mais uma vez pelo primeiro jogo da decisão. Kléber, Leonardo Silva (2 vezes) e Jonathan (também 2 vezes) marcaram para os alvicelestes.




Cruzeiro 0 X Galo 3 - no primeiro turno do Brasileirão deste ano, o Cruzeiro escalou um time B para o clássico com o Galo. Isso porque a partida aconteceu entre os dois jogos da Final da Libertadores disputada entre Cruzeiro e Estudiantes. O que é lamentável. Poupar os principais jogadores em partidas consideradas "menos importantes" pode até ser uma estratégia justificada pelas milionárias dívidas dos times brasileiros que não conseguem manter elencos competitivos. Mas daqui a vinte anos, o torcedor que pesquisar sobre esse jogo vai encará-lo da mesma maneira que qualquer outro na história dos times. Independente das escalações, trata-se de um Cruzeiro e Atético.
O Galo que não tinha nada a ver com isso, interrompeu a maior sequencia invicta do adversário no Clássico, com gols de Júnior, Alessandro e Éder Luís.




Caro leitor, deixe o seu comentário. E Viva a Paz no clássico de daqui a pouco!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Corinthians x Fluminense - A Invasão e o Grande Título

Quando comecei a pesquisar sobre esse clássico do futebol brasileiro comecei a pensar: quais grandes jogos entre esses dois times? O Futebol Memorável quer falar sim, dos grandes clássicos, mas esse foi em especial um desafio, pois são dois times inegavelmente tradicionais do nosso futebol. Porém, pensando sem consultar nenhum site, blog ou algo do gênero não conseguia pensar em um jogo marcante.

Só que não foi nem um pouco difícil achar grandes histórias entre as duas equipes. Vamos começar pela Invasão corinthiana. Esse, que foi um verdadeiro fenômeno do futebol brasileiro; uma das maiores "invasões de torcida" que já ocorrera no nosso futebol, como falam no vídeo abaixo jogadores de ambos os times da época:



A Invasão Corinthiana nem é tão difícil de se explicar. Ela foi causada por algumas provocações. Aconteceu que o Fluminense era um dos maiores times da época. Tão poderoso que era chamado de "a máquina tricolor". O Corinthians tinha um bom time também, mas era bem mais "na raça" do que "na técnica". Tudo isso em 1976, quando as duas equipes se enfrentariam na semifinal do Campeonato Brasileiro daquele ano.

Então, eis que o presidente do Fluminense, Francisco Horta teria mandado apenas 10 mil ingressos para São Paulo, como provocação ao torcedor do Corinthians, e ainda dissera que a torcida do timão não iria a Rio, mesmo que enviasse metade dos ingressos. Mesmo assim, como forma de provocar as outras equipes, disponibilizou nas bilheterias do Maracanã 70 mil ingressos para a torcida corinthiana. O que ninguém esperava pelo lado das Laranjeiras, aconteceu: os ingressos foram vendidos, para a alegria do lendário presidente corintiano Vicente Matheus.

Uma verdadeira massa corinthiana foi ao Rio de Janeiro. Segundo o Blog do Corinthiano estimativas feitas nos pedágios da Via Dutra, principal ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro, dão conta de que cerca de 60 mil corinthianos foram ao Rio para assistir a semifinal. Com o grande apoio da torcida, sentindo-se em casa, o Corinthians conseguiu empatar com o Fluminense, em pleno Maracanã. Em uma disputa de pênaltis, levou a melhor e conseguiu disputar a final do Brasileirão de 1976, contra o Inter-RS.



No vídeo acima a voz de Osmar Santos, um mestre do rádio brasileiro, narrando a Invasão Corinthiana, o gol da equipe paulista no tempo normal de jogo e o último pênalti, que deu a vaga ao time de São Paulo.

Confira abaixo a ficha técnica do jogo realizado no Maracanã:

FICHA TÉCNICA: Fluminense 1 x 1 Corinthians (1 x 4 nos pênaltis)
Semifinal do Campeonato Brasileiro de 1976
Data:
5 de dezembro de 1976 Local: Estádio do Maracanã (Rio de Janeiro) Público: 146.043 pagantes Árbitro: Saul Mendes Fluminense: Renato; Rubens Galaxe, Carlos Alberto Torres, Edinho e Rodrigues Neto; Carlos Alberto Pintinho, Cléber (Erivélto) e Rivellino; Gil, Doval e Dirceu. T: Mário Travaglini Corinthians: Tobias; Zé Maria, Moisés, Zé Eduardo e Wladimir; Givanildo (Basílio), Ruço e Neca. Waguinho, Geraldão e Romeu. T: Duque. Gols: Carlos Alberto Pintinho (18/1 º) e Ruço (29/1º) Pênaltis: Neca (gol), Rodrigues Neto (defesa), Ruço (g), Carlos Alberto Torres (d), Moisés (g), Carlos Alberto Pintinho (g) e Zé Maria (g)

Pelo lado do Fluminense, a história também tem seu lado feliz, justamente contra o timão. Aconteceu décadas antes, mas foi um dos maiores, se não o maior título que o tricolor das Laranjeiras possui: A Copa Rio de 1952, considerada por alguns, um verdadeiro Campeonato Mundial da época.

O Flu já havia vencido de forma expressiva outra equipe no mesmo campeonato. E foi o fortíssimo Peñarol, que era a base da Seleção Uruguaia, que havia vencido o Brasil em pleno Maracanã 2 anos antes na final da Copa do Mundo.

Mas a final consagraria a equipe. Seria o primeiro título internacional de uma equipe carioca dentro do Maracanã. E o jogo foi contra o Corinthians. Os dois jogos foram disputados no Rio. No primeiro o Fluminense fez o que precisava: ganhou por 2 a 0 e foi para o segundo jogo com a mão na taça. No segundo jogo o empate em 2 a 2 garantiu o tricolor como campeão da Copa Rio de 1952.



Veja acima um vídeo antigo, em que se conta um pouco da história do jogo. As imagens estão um pouco escuras e danificadas, mas a narração serve para ilustrar um pouco sobre a linguagem do futebol na época.


Hoje Corinthians e Fluminense fazem mais um duelo, que pode ser histórico. Mas com uma história péssima para o Fluminense. O time precisa desesperadamente ganhar do Corinthians. Já o Corinthians parece não ter mais pretensão alguma no campeonato, mas pode complicar a vida do Fluminense. As equipes, que já tiveram nomes como Rivelino (fotos abaixo) contam hoje com jogadores bem menos conhecidos.



A esquerda, foto atual de Rivellino, ídolo da torcida corintiana. Curiosamente, um dos maiores ídolos da torcida paulista, o jogador também é ídolo pelo lado do Fluminense (veja foto acima, do lado da foto atual do jogador). No dia da "Invasão Corintiana", Rivellino esteve em campo, só que pelo lado do tricolor das Laranjeiras. Em ambos os times é considerado como um dos maiores jogadores da história dos clubes. Na foto que está em cima, na parte direita, o jogador dá entrevista como atleta do Corinthians. Na foto da direita, da parte de baixo, o time do Fluminense. Rivellino é o penúltimo dos agachados.

Mas agora, enquanto o Corinthians termina um ano relativamente bom para a equipe, o Fluminense, mais uma vez, vê se aproximar a Série B, e deve disputar a segundona do ano que vem caso não faça uma campanha excepcional, a partir de agora.

(Fotos de Rivellino extraídas da Página "Que fim levou", do site MiltonNeves.com)

sábado, 3 de outubro de 2009

Fla-Flu: o clássico mais charmoso do Brasil

O jogo entre Flamengo e Fluminense, que acontece nesse domingo (04/10), às 18h30, pode até não ser o melhor jogo da 27ª rodada do Brasileirão 2009. Afnal, os dois times estão devendo mais alegrias às suas torcidas. O Fla é apenas 8° colocado, enquanto o Flu é o lanterninha da competição. Veja a classificação. Mesmo assim esse é o confronto com o maior valor histórico para o futebol brasileiro nesse fim de semana. Nelson Rodrigues afirmou com toda a sua genialidade que "O Fla-Flu surgiu 40 minutos antes do nada".

O Fla-Flu também já foi chamado de "O Clássico das multidões". Esse nome foi dado pelo jornalista Mário Rodrigues Filho, depois que as duas equipes quebraram o recorde de maior público de todos os tempos numa partida entre clubes. 194.603 torcedores assistiram a Final do Cariocão de 1963. O Flamengo venceu a decisão num 0X0. O termo Fla-Flu também é criação de Mário Filho. O nome do jornalista foi dado ao Maracanã.




O Fla-Flu é, por tradição, um clássico cheio de emoção e gols. Desde os primeiros lances, o momento máximo do futebol foi uma rotina nos jogos em que as equipes duelaram. Na primeira partida entre Flamengo e Fluminense, disputada em 7 de julho de 1912, o atacante tricolor Edward Calvert marcou um gol logo no primeiro minuto de jogo. A partida ainda foi decidida com um gol marcado no último minuto com o cruzamento de E. Calvert e arremate certeiro de Bartholomeu. O Fluminense venceu por 3 a 2, o jogo válido pela Liga Metropolitana de Sports Athleticos (LMSA), vencida pelo Payssandu-RJ, no Campeonato Carioca de 1912. O Botafogo é considerado o campeão daquele ano já que disputou a liga organizada pela Associação de Football do Rio de Janeiro (AFRJ). A vitória do Fluminense foi considerada heróica pelo fato de que os tricolores estavam totalmente desfalcados. 9 titulares da equipe na conquista do Carioca do ano anterior haviam mudado para o departamento de futebol do Clube de Regatas Flamengo. Por essa razão os rubronegros eram favoritos. O jogo aconteceu nas Laranjeiras, o maior estádio brasileiro da época.

Outro jogo que entrou para a história do confronto foi o de 22 de outubro de 1916. Foi o primeiro jogo a ser anulado na história do Campeonato Carioca. Veja a descrição do jogo, feita pelo site "Clássico é clássico... e vice-versa":

No dia 22 de outubro de 1916, o Flamengo vencia o Fluminense por 2 x 1 quando o arbitro R. Davies marcou um pênalti contra o Fluminense. Rienner perdeu. Logo depois, o juiz marcou outro pênalti contra o Fluminense. Sidney cobrou e Marcos de Mendonça defendeu. O juiz mandou cobrar outra vez alegando que não havia apitado. Sidney bateu e novamente Marcos de Mendonça defendeu. O juiz mandou cobrar de novo, agora alegando que jogadores do Fluminense haviam invadido a área. Foi aí que o escritor Coelho Neto e o Delegado de Policia Ataliba Correia Dutra pularam a grade e correram para o campo. Os torcedores também invadiram o gramado. O regulamento do campeonato dizia que o jogo que fosse paralisada por cinco minutos seria suspenso definitivamente. Como a paralisação propositada foi além dos sete minutos, o jogo foi dado como anulado. Foi a primeira anulação de um jogo de campeonato carioca. No dia 8 de dezembro, no campo do Botafogo, foi realizada uma nova partida. O Fluminense ganhou por 3 x 1.

O site ainda descreve uma série de jogos marcantes entre Flamengo e Fluminense, como o Fla-Flu da Lagoa, o Fla-Flu do trote e o Fla-Flu da Zicovardia. Cada história mais interessante que a outra. Imperdível!

Entre os Fla-Flu's (nossa, essa expressão ficou feia demais!) mais marcantes, o Fla-Flu do gol de barriga de Renato Gaúcho merece nossa lembrança. Foi na decisão do Carioca de 95. O Fluminense venceu o Flamengo na única partida da final. O gol do camisa 7 e último treinador a comandar o Tricolor das Laranjeiras foi feito aos 41 minutos do segundo tempo depois de linda jogada de Aílton, ex- jogador do Flamengo. Aílton driblou dois marcadores e chutou em direção ao gol, Renato desviou com o abdômen enganando o goleiro Roger. Veja os melhores lances desse jogaço:




Veja também a ficha técnica do jogo:

FLUMINENSE 3 x 2 FLAMENGO
25/06/95 - Maracanã (Rio de Janeiro)
Juiz: Léo Feldman
Renda: R$ 1 621 850 - Público: 109.214
Gols: Renato aos 15 e Leonardo aos 41 do primeiro; e Romário aos 27, Fabinho aos 34 e Renato aos 41 do segundo tempo.
FLUMINENSE: Wellerson, Ronald, Lima Sorlei e Lira; Márcio Costa , Aílton, Djair , Rogerinho (Ézio), Renato e Leonardo (Cadu). Técnico: Joel Santana
FLAMENGO: Roger, Marcos Adriano (Rodrigo) , Gélson, Jorge Luís e Branco; Fabinho, Charles, Marquinhos e William (Mazinho); Romário e Sávio. Técnico: Vanderlei Luxemburgo


Clássico é uma classificação que deve ser dada apenas para os confrontos que proporcionaram jogos que nunca mais sairão da memória dos envolvidos. Não há a menor dúvida de que todo Fla-Flu, desde o primeiro jogo, sempre teve um aspecto que o torne inesquecível. Isso é o que faz desse jogo um duelo para sempre, Memorável.

domingo, 27 de setembro de 2009

O Majestoso voltando aos bons tempos

Finais decididas. Dois times que são, facilmente, dos maiores do país. O clássico desse domingo não é uma final... daquelas chamadas mata-mata, mas é importante para os dois times. O São Paulo ainda disputa o título, mas mesmo que não consiga o feito histórico de levar 4 Brasileiros em 4 anos seguidos, pelo menos no Morumbi tem-se a certeza de que a Libertadores de 2010 eles vão disputar.

Para o Corinthians, a pressão é menor. O time faturou a Copa do Brasil e o Paulistão 2009. Um título nacional e outro regional. E de quebra, ainda está na Libertadores, no ano do centenário, e promete investir pesado para ganhar o título inédito. Título que seus rivais Palmeiras, São Paulo e Santos já têm. Mas não podemos esquecer: o Corinthians ainda disputa o Brasileiro 2009, e Mano Menezes é um técnico tão competente, que pode levar esse time ao título (fato realmente difícil, mas não impossível).

Agora, vamos voltar aos bons tempos, ao passado, e lembrar duas finais marcantes. Primeiro vamos ao título nacional de 1990. O São Paulo já carregava na bagagem os nacionais de 1977 e 1986. Já o Timão, ainda não tinha nenhum Brasileirão faturado. Mas a primeira vez do Corinthians... Inesquecível para as duas equipes!

Não era a primeira final de Brasileiro entre Paulistas. Anos antes, Palmeiras x Guarani, e São Paulo x Guarani já tinham decidido o brasileiro... Mas era diferente. Era a primeira final ede um Brasileirão entre os grandes paulistas. E na primeira, o Timão levou! Com dois jogos no Morumbi o Corinthians venceu. O primeiro por 1 x 0. Já no segundo... A história se repetiu, e a equipe de Parque São Jorge também ganhou por 1 x 0. Era a festa corinthiana pelo primeiro dos quatro nacionais que tem hoje.



Veja a finalíssima (Brasileiro de 1990), transmitida por Luciano do Vale.
Trabalhou nesse jogo também José Luís Datena. Sim, o mesmo que hoje faz programas policiais, antes era repórter esportivo e comentarista. Acompanhe
no vídeo acima os melhores momentos, incluindo o gol de Tupãzinho, um desabafo de Jacenir (jogador do Corinthians na época) e a festa preto e branca em plena casa são-paulina.

Em menos de um ano, viria a vingança do Tricolor. O São Paulo levaria o Paulistão de 1991. Para o São Paulo, o caneco seria marcante. Na fase anterior, em que estava no grupo integrado pelo Palmeiras, esses times se enfrentaram no último jogo. Quem vencesse estaria na final. O empate era são paulino, e o time soube segurar muito bem essa vantagem pra cima do Verdão. O jogo terminaria 0 x 0, e São Paulo estaria na final, contra o Timão, que havia vencido o Tricolor um ano antes, em um Morumbi lotado.

Mas essa final seria diferente. Raí, um craque incontestável (talvez um dos maiores que o time sãopaulino já teve) decidiria. Jogaria muito, e no primeiro jogo ajudaria o São Paulo a fazer 3 x 0 em cima do Corinthians, em um Morumbi com um público maior que 100 mil pessoas.



Acima, o primeiro jogo da final que decidiu o Paulista de 1991. O São Paulo venceu o primeiro jogo por 3x0. No segundo jogo, um empate em 0x0 deu o título ao Tricolor.

Hoje, São Paulo e Corinthias fazem mais um Majestoso. Não decide final de campeonato, mas pode dar um novo gás para a equipe vitoriosa. E uma coisa vale lembrar: o Morumbi, que é a casa do São Paulo, é campo neutro quando se trata de um São Paulo x Corinthians! Um Majestoso que merece ser chamado assim.

domingo, 20 de setembro de 2009

Santos e Botafogo, carentes por craques

Santos e Botafogo fazem neste domingo um duelo que desmerece a história do que foi o maior clássico dos anos 60. Pelo menos para Alexandre Martins em seu blog. Eu concordo com ele.
Craques como Garrincha, Nilton Santos, Pelé, Pepe e tantos outros fizeram grandes jogos por Botafogo e Santos naquele tempo de Futebol Memorável. Mais recentemente Túlio Maravilha, Gonçalves, Geovani, Robinho e Diego assumiram esse legado. Hoje, os torcedores de Santos e Botafogo têm que aturar a péssima pontaria do santista Kléber Pereira e ter um zagueiro como candidato a craque do time - Juninho, no caso do Botafogo.

A situação no Campeonato Brasileiro também não faz jus à história gloriosa dos alvinegros em questão. O Fogão, 18º colocado, é sério candidato a trilhar no ano que vem, o mesmo caminho do Vasco neste ano: a Série B. Já o Peixe não está em situação tão crítica, mas a inconstância parece companheira fiel ao longo da competição. Na 10º posição na tabela e com um time fraco, a equipe ainda alimenta o sonho de participar da Libertadores em 2010. Veja a classificação.

Como o presente não é tão feliz quando se trata de Santos e Botafogo, o jeito é recorrer ao passado para encontrar momentos que possam ser lembrados com orgulho pelos torcedores. E quando se fala em orgulho nesse duelo, se fala em Pelé e Garrincha. O site do jornal O Globo aponta, com toda razão, a dupla como a maior da História do futebol. A matéria foi escrita no aniversário de 50 anos da parceria, no dia 18 de maio de 1958, data da primeira partida em que jogaram juntos. A dupla jamais foi derrotada enquanto vestiu a mesma camisa.

Garrincha era chamado de "Anjo das pernas tortas" graças a sua perna esquerda seis centímetros menor que a direita. As duas pernas do gênio ainda era curvadas para a direita. Há quem diga que a distrofia favorecia o craque porque o marcador, sempre chamado de "João" pelo Mané, não conseguia prever o balé que os desconsertantes dribles criavam.

Já Pelé dispensa apresentações. O atleta do século - doa ao argentino que doer - era "perseguido" pela camisa 10. Naquela época o craque de algum time não necessariamente vestia a camisa 10 como costuma acontecer hoje. Mas Pelé sempre teve intimidade com o número. Jogando pelo Santos usava a 10 porque era meia esquerda e esse era o número fixo para a posição. Pela Seleção Brasileira chegou a usar a camisa 9 nos primeiros jogos, mas acabou ficando com a 10 num episódio bastante interessante. Durante a Copa de 58 a delegação brasileira não enviou para a organização da competição a numeração das camisas. Graças a isso, um agente da FIFA distribuiu aleatoriamente números para os jogadores da seleção. Por ironia dos deuses do futebol, Pelé acabou ficando com a 10 e não largou mais.

Além de grandes craques, o clássico Santos X Botafogo também apresentou belíssimos duelos. O maior deles: a final do Campeonato Brasileiro de 1995. A decisão foi marcada por uma figura que não jogou nem pelo Santos e nem pelo Botafogo, o juiz Márcio Resende de Freitas. Com uma péssima atuação, o árbitro anulou gol(s) incorretamente e validou gol(s) irregular(es). Se foi gol ou gols depende da interpretação de cada um. Mas o que é consenso é que a performance do hoje comentarista de arbitragem da TV Globo foi lamentável. Recorde nos vídeos abaixo, as polêmicas do juizão (os vídeos foram produzidos por torcedores).












O Botafogo ganhou o título depois de vencer por 2X1 no Maracanã e empatar em 1x1 na Vila Belmiro. O goleiro do Santos era Edinho, filho de Pelé.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O Eterno-incerto campeão de 87

Vamos acompanhar nesse blog diversos jogos do brasileirão, mas já que vamos falar do passado, porque não falar de um dos títulos mais indefinidos da história do futebol brasileiro?

Campeonato Brasileiro de 1987. Um dos títulos brasileiros do Flamengo. Ou do Sport Recife? A Copa União de 1987 gera dúvidas até hoje. Enquanto a torcida do Sport gritava o famoso "cazá cazá", a torcida do mengão se empolgava com a declaração do Clube dos Treze de que o Campeão Brasileiro de 1987 era a equipe da Gávea.

O que aconteceu, na época, é que os treze maiores clubes brasileiros na época (Flamengo, Fluminense, Botafogo, Vasco, Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Santos, Internacional, Grêmio, Cruzeiro, Atlético-MG e Bahia) decidiram fundar uma instituição. Criaram então o Clube dos Treze. A finalidade dessa instituição era trabalhar com o marketing do futebol brasileiro, em relação a esses treze clubes, aumentando assim a receita para cada clube-fundador. Além disso, criaram a Copa União, mesmo sem respaldo da CBF.

Após isso, o Clube dos Treze, sob pressão da CBF e FIFA, reataram com a entidade que representava oficialmente o futebol brasileiro: A CBF. Então, foi criado o regulamento da Copa União, pelo qual, os campeões e vices dos módulos verde e amarelo se enfrentariam e os 2 primeiros teriam asseguradas vagas na Copa Libertadores do ano de 1988.

Em dezembro de 1987 a CBF divulgou que os quatro classificados (Inter, Flamengo, Sport e Guarani) disputariam um quadrangular final, em turno e returno, para que se conhecesse o campeão e vice do Brasileirão daquele ano. Porém, alegando que a CBF teria mudado o regulamento da competição sem a concordância do Clube dos Treze, a nova entidade do futebol brasileiro apoiou o boicote de Flamengo e Inter ao quadrangular final, instituído pela CBF.

O Clube dos Treze, declarou então, como campeão, o Flamengo, pois este venceu o módulo Verde. Já a CBF reconheceu o Sport como campeão, pois junto com o Guarani, disputou os jogos do quadrangular previsto pela CBF, e com isso, enfrentou o time campineiro na final e acabou vencendo pelo placar de 1x0.

Até hoje, o Flamengo afirma ser o verdadeiro campeão do Brasileiro de 1987. Alguns defendem os argumentos do time carioca, como por exemplo o presidente do CND (Conselho Nacional dos Desportos). Ele afirma que houve uma votação no Conselho, em que se decidiu, por unanimidade, entregar o título ao mengo.




Em entrevista, antigo representante do CND defende título do Flamengo
(Vídeo Editado por torcedores flamenguistas)


Já a CBF reconhece oficialmente o título do Sport Recife. A FIFA, entidade máxima do futebol mundial, concorda com a CBF, e reconhece oficialmente, o título do Sport, que aconteceu no jogo abaixo.




No jogo acima, Sport e Guarani disputam jogo reconhecido pela CBF como a final do Campeonato Brasileiro de 1987 (Vídeo Editado por torcedores do Guarani, de Campinas-SP)

A CBF tem uma posição oficial. O Clube dos Treze, outra. Flamengo se delcara campeão. Sport também. A única coisa certa nessa história, que aconteceu a mais de 20 anos, é que toda vez que você consultar "Campeão Brasileiro de 1987" vão aparecer dois times, mas você não vai ter certeza sobre qual é o dono do caneco. Dá a impressão que nunca saberemos qual é o verdadeiro e qual o "oportunista" da história.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Cruzeiro X São Paulo - acostumados à decisões

O Cruzeiro recebe o atual tricampeão brasileiro São Paulo, no Mineirão, em jogo válido pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro, neste domingo (06/09), às 16h. O confronto entre as equipes tem grande importância na rodada já que os sãopaulinos lutam para se manter na zona de classificação para a Libertadores, enquanto a Raposa tenta melhorar sua posição na tabela. Aliás, a Libertadores deste ano proporcionou o último grande duelo entre os clubes. Na oportunidade, o Cruzeiro levou a melhor nas duas partidas válidas pelas quartas-de-final com os placares de 2X1, no Mineirão, e 2X0, em pleno estádio do Morumbi. Veja abaixo os melhores momentos destes jogaços:









Apesar do resultado, esse não foi o maior triunfo da equipe celeste sobre os tricolores. A decisão da Copa do Brasil de 2000 representa para muitos cruzeirenses, o jogo mais emocionante que puderam assistir. A primeira partida daquela final havia terminado em 0X0. Com o resultado, o São Paulo seria campeão com qualquer empate com gols. Um novo 0X0 levaria a decisão para os pênaltis. E os paulistas pareceram mais próximos do título quando, aos 20 minutos do segundo tempo, Marcelinho Paraíba acertou uma linda cobrança de falta na meta do Goleiro André. Ao Cruzeiro só a vitória traria o título. E ela veio com os gols de Fábio Júnior, aos 35 e Geovanni, aos 45 do segundo tempo, e o Cruzeiro sagrou-se tricampeão da Copa do Brasil. Veja os melhores momentos:






Já o São Paulo viveu sua maior glória sobre o Cruzeiro na decisão da Recopa Sul-Americana de 1992. As partidas, no entanto, só aconteceram em 25 e 29 de setembro de 1993 ( acreditem, o calendário do futebol brasileiro naquela época era pior do que hoje). A Recopa de 92 foi disputada entre o campeão da Libertadores daquele ano, que na ocasião foi o São Paulo; e o campeão da Supercopa de Campeões da Libertadores, também do mesmo ano: o Cruzeiro. Essa Recopa significava uma espécie de superfinal dos principais campeonatos promovidos pela Conmebol na época. Mas sem sombra de dúvidas, essa decisão entraria para a história do futebol brasileiro por uma confusão ainda maior.

A primeira partida da final, disputada no Morumbi, também valeu para a fase classificatória do Campeonato Brasileiro de 1993. Isso mesmo, um jogo que valeu por dois campeonatos. E o mais absurdo: de anos diferentes. As duas partidas terminaram em 0X0 e a decisão foi para as penalidades. Deu São Paulo: 4 a 2. E adivinhem quem errou a quarta e última cobrança cruzeirense? Um rapaz que acabara de completar 17 anos, chamado Ronaldo Nazário de Lima, o posteriormente chamado Ronaldo Fenômeno. Acompanhe a reportagem da decisão:






Cruzeiro e São Paulo já se enfrentaram em 38 jogos pelo Campeonato Brasileiro com grande vantagem do clube paulista. Forem 19 vitórias tricolores, 12 empates e 7 triunfos cruzeirenses. Em todos os jogos entre as equipes, o São Paulo também leva vantagem. Foram 45 partidas com 11 vitórias cruzeirenses, 20 sãopaulinas e 14 empates.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Por que falar do passado?

Falar do passado no futebol, por incrível que pareça, é uma das coisas mais atuais que podemos fazer. O esporte, que é paixão nacional, é como a política: os tempos vão, as marcas ficam. Presidentes de clubes são trocados, jogadores mudam de equipe... mas o que fica é a memória dos títulos.

Seja pela quantidade ou pela "qualidade", sempre nós, torcedores (fanáticos, doentes, apaixonados) lembramos das maiores conquistas dos nossos clubes. Que atleticano não se orgulha de ser o primeiro clube a conquistar o Campeonato Brasileiro (em 1971)? Que cruzeirense não se orgulha do título da Libertadores de 1976? Que são-paulino não comemora o título de Campeão Brasileiro de 1977? Que palmeirense não se orgulha dos títulos brasileiros de 1972 e 1973? Que flamenguista não fica feliz ao lembrar da conquista da Copa Libertadores de 1981?

Repare que nessas datas muitos torcedores não eram nem nascidos, ou eram muito novos. Mas eles falam com orgulho desses títulos, valorizam cada um deles e até contam vantagem, mesmo sem terem visto esses times conquistarem tais títulos. E por isso que fica fácil afirmar que o futebol é um passado vivo, recorrente, que sempre nos remete a comparações entre os times antigos e os atuais.

A ideia desse blog é mostrar como o futebol do passado, que nos enche de orgulho, pode ser comparado ao do presente. Como antes de cada partida, podemos relembrar bons momentos (mesmo que tenhamos que lembrar algo que nem vivemos).

O blog vai resgatar as alegrias, e por vezes, decepções de cada torcedor, através dos tempos, de acordo com cada rodada do campeonato brasileiro. Assim, acompanhamos a rodada, mas de uma forma diferente. Ao invés de uma tabela com resultados, ou então de apontarmos favoritos para os jogos da rodada, mostramos alguns dos jogos mais marcantes entre as equipes, ilustrando com vídeos e fotos.

Traremos também algumas curiosidades, sempre que possível. Dados, números dos confrontos e o que mais for conseguirmos de dados ou julgarmos relevante.

Nessa página você pode esperar um olhar sobre o futebol, através de dois estudantes de jornalismo da Universidade Federal de Viçosa, que enxergam o futebol como parte presente da vida dos brasileiros, e como tudo que é importante na vida, tem uma história, talvez não tão simples, mas muito interessante!